Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)
O sono é considerado um estado fisiológico caracterizado por redução da consciência, diminuição da percepção sensorial e imobilidade.
De modo geral, é recomendado que o adulto durma cerca de 7 horas por noite. Reduções no tempo de descanso podem acarretar diminuição da capacidade física e cognitiva do indivíduo, impactando negativamente nas suas relações afetivas e no seu desempenho profissional.
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono corresponde a um distúrbio respiratório caracterizado por eventos repetitivos de obstrução total das vias áreas superiores durante o sono, seguida de despertar para desobstrução.
A SAOS pode ser classificada como:
- Leve: ocorrem menos de 15 eventos de apneia por hora
- Moderado: ocorrem de 15 a 30 eventos de apneia por hora
- Grave: ocorrem mais de 30 eventos de apneia por hora
Tal síndrome está associada, principalmente, à obesidade, mas também a doenças cardiovasculares, hipertireoidismo, diabetes mellitus, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo e quesitos genéticos.
Indivíduos obesos costumam apresentar insuficiência respiratória, cansaço extremo e índice de gordura visceral aumentado. Tudo isso dificulta a chegada do ar nas vias aéreas superiores, tornando a pessoa mais propensa ao desenvolvimento da SAOS.
Dentre os principais sintomas observados na SAOS, encontra-se ronco alto seguido por períodos de silêncio, cefaleia matinal, sonambulismo, sensação de sufocamento ao despertar, irritabilidade e cansaço durante o dia, depressão, ansiedade etc.
O diagnóstico da síndrome deve passar pelas seguintes etapas:
- Anamnese: é importante que o profissional questione o paciente sobre a qualidade do sono, intensidade dos roncos (o relato do parceiro e familiares é de grande valia), presença de comorbidades, cansaço e irritabilidade no dia a dia, dentre outros;
- Exame físico: o profissional pode avaliar o índice da massa corporal do paciente, pressão arterial, vias aéreas superiores, tonsilas palatinas, palato mole, tamanho da úvula etc.
- Exames complementares:
- Pode-se utilizar a Cefalometria, exame radiográfico que permite a identificação de sítios obstruídos na faringe, avaliação do espaço das vias aéreas superiores, do comprimento do palato mole, da posição do osso hioide etc.
- Pode-se utilizar a polissonografia, que permite o monitoramento das paradas respiratórias durante o sono, dos batimentos cardíacos, da movimentação e do grau de oxigenação do sangue.
Quando diagnosticada, a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono deve ser considerada como uma doença crônica e que, portanto, requer tratamento multidisciplinar a longo prazo.
Assim, o tratamento desta síndrome pode envolver as seguintes categorias:
- Mudança do estilo de vida: quando relacionada à obesidade, tabagismo e alcoolismo
- Cirurgia
- Uso de ventilatórios com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP e BIPAP): injetam ar comprimido durante o sono através de máscaras nasais
- Uso de aparelhos intraorais: realizam o avanço mandibular, aumentando a passagem de ar.