Halitose
A palavra halitose vem do latim halitus, que significa ar expirado, e do sufixo grego osis, que significa alteração patológica. Tal condição, mais habitualmente conhecida como “mau hálito”, é caracterizada por um odor desagradável, exalado pela expiração.
Em relação à epidemiologia, a halitose não faz distinção de idade ou sexo, afetando tanto homens quanto mulheres, tanto crianças e adolescentes quanto jovens e adultos. Tendo isso em mente, estima-se que, mundialmente, 31,8% das pessoas apresentam essa condição.
A halitose pode ter origem fisiológica, patológica, local ou sistêmica:
- Quando fisiológica, está relacionada à redução do fluxo salivar durante o sono. Por conta disso, as células epiteliais que descamam entram em decomposição, ocasionando um odor desagradável. Após a higienização pela manhã e com o restabelecimento do fluxo salivar normal, este mau odor costuma desaparecer;
- Quando patológica, pode ser dividida ainda em intrabucal e extrabucal:
- Intrabucal: o paciente apresenta odor fétido eliminado apenas pela boca;
- Extrabucal: o paciente apresenta odor fétido eliminado apenas pelo nariz ou pelo nariz e boca simultaneamente;
- Quando local, está relacionada ao acúmulo de restos alimentares e bactérias nas papilas linguais, bem como ao acúmulo de biofilme e a degradação deste pela ação bacteriana;
- Quando sistêmica, está relacionada a problemas de origem respiratória e digestiva, a insuficiência renal crônica, a cirrose hepática e a ingestão de alimentos como o alho, cebola e bebidas alcoólicas em excesso.
A halitose leva a mudanças comportamentais e sociais. Assim, a longo prazo, a pessoa pode acabar se isolando dos demais, evitar falar e evitar socializar em ambientes fechados.
Psicologicamente, a pessoa acometida por halitose pode apresentar baixa autoestima, insegurança, fobia social e, em casos mais extremos, pode ter crises de pânico, ansiedade e depressão crônica.
- Questionário detalhado: o paciente deve relatar quais medicamentos utiliza, se consome álcool ou café em excesso, se é fumante, qual a frequência de higienização bucal e de visitas ao dentista, bem como a dieta adotada.
- Autoavaliação: o paciente pode realizar três testes simples
- Passar fio dental entre os dentes posteriores e avaliar o cheiro;
- Raspar a parte posterior da língua e avaliar o cheiro dos resíduos;
- Lamber o pulso e, após alguns minutos, avaliar o cheiro;
- Teste organoléptico: é considerado subjetivo, uma vez que depende da capacidade do profissional em detectar o mau cheiro no ar expelido. Para sua realização, é pedido que o paciente inspire o ar e solte lentamente apenas pela boca. Passado cerca de um minuto, é pedido que o paciente inspire o ar novamente e solte de forma lenta apenas pelo nariz.
Por fim, o tratamento requer uma ação integrada entre dentistas, médicos, psicólogos e nutricionistas, a depender da causa da halitose.
Contudo, é importante que o paciente tenha consciência da necessidade de uma boa higiene bucal, com escovação diária e uso de fio dental, independente do fator etiológico apontado como causa da halitose. Ademais, é interessante também que tenha consciência acerca da importância dos retornos periódicos ao consultório odontológico.